22 de janeiro de 2015

Sem dor



Meu coração é uma rocha que se desdobra em pó.
Minhas unhas se cravam em minha carne úmida.
Cuspo sangue. Escorrem em mim lágrimas e suor.

Ressaca incômoda, que não me atarefa nem cansa,
precipita-me no vão dos dias que surgem. 
Escorro meus dedos pelas paredes da casa.

Ouço o silêncio que a escuridão propicia. 
E, mesmo assim, não dói mais viver:
Tenho aqueles olhos pra lembrar...


Nenhum comentário:

Postar um comentário