17 de setembro de 2014

Papéis

A página etá posta sobre a mesa esperando que se rompa o silêncio com a palavra silêncio.
Ansiosa espera que tanto e muito pesa pela razão do descontentamento vindo do vício.
Vindo de um espaço oco do coração, palavras brotam e tudo destroem...

A inutilidade do papel e da caneta perante o poder da hipocrisia e outros hábitos.
Nada pode evitar que seja cumprida a meta de combinar maldade com mentira.
O sonambulismo do ser diante da vida fútil impede as mudanças necessárias.

Gritos ferem. Mas tudo é inútil...

Tudo é imprestável. Tudo é cego. Tudo é feio.
A contradição contra nada diz, à tudo é favorável.
Seguimos a mesma estrada de um mesmo mundo deplorável.
Compadeço-me com o quê? Com nada mais...
Espero apenas o quê? Apenas o fim.

E comigo ele tarda...

Pesa-me o vício pelo silêncio.
Na mesa está servido, em fatias, meu coração.
O hábito inútil de querer mudar o mundo pela caneta.
Ouço os gritos que vêm do meio do tufão.

A única coisa favorável é o fim.

Mas ele sempre tarda...

13/02/98

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